Metade dos obesos que reduzem o estômago volta a engordar
Metade das pessoas obesas que fazem redução de estômago volta a engordar parcialmente, e 5% ganham todo o peso de novo.
Por isso, não adianta apenas se submeter à cirurgia bariátrica: é
preciso mudar de hábitos e manter uma reeducação alimentar para o resto
da vida.
A operação também deve ser a última alternativa para quem precisa emagrecer
– seja por obesidade mórbida ou por doenças associadas ao excesso de
peso. Ao contrário do que muita gente pensa, o estômago de indivíduos
gordos não é maior nem mais elástico que o dos magros.
Segundo o endocrinologista Alfredo
Halpern e o cirurgião bariátrico Marco Aurélio Santo, a redução de
estômago não faz milagres e envolve riscos, além de eventuais
complicações no pós-operatório, como todo procedimento de alta
complexidade.
Após a cirurgia, estudos apontam uma
perda média de 60% do peso original, que costuma ocorrer em até um ano e
meio. A pessoa passa a sentir menos fome, pois a operação mexe com
hormônios como a grelina, que regula essa vontade de comer. Em 85% dos casos, quem tem diabetes tipo 2 também deixa de manifestar a doença.
Esse tipo de operação é praticado no
Brasil há 20 anos, e cada vez mais há pacientes que passam por ele – o
país já é o segundo no mundo em número de pacientes.
Tipos de cirurgia e consequências
Há basicamente três tipos de bariátrica: a que apenas reduz o estômago, a
que diminui e modifica um pouco o curso do intestino e a que reduz e
altera muito o curso intestinal. Esse desvio permite que o intestino
absorva menos gordura, além de estimular a produção de hormônios que
diminuem a fome e melhoram a diabetes.
Nas primeiras duas ou três semanas,
o paciente deve bebericar, a cada meia hora, cerca de 100 ml de
líquidos, como água, chá, gelatina, água de coco, isotônico e caldos
caseiros de carne e frango, sem resíduos. Passada essa fase, entram
pequenas quantidades de macarrão, carne moída, purê e outros alimentos
pastosos.
Os médicos destacaram alguns possíveis efeitos da operação, como anemia, perda de cabelo e gases.
Também pode ocorrer o chamado “dumping”, um mal-estar quando é ingerido
muito líquido ou alimento de uma vez só. Por isso, é preciso engolir em
pequenos goles e mastigar bem a comida.
Além disso, a quantidade de
água consumida deve ser suficiente para deixar o xixi bem clarinho,
destacou Halpern.
Ter sucesso na cirurgia bariátrica significa, após 5 anos, ter perdido pelo menos metade do excesso de peso. Por
exemplo, uma pessoa de 100 kg cujo patamar ideal é 60 kg precisa estar
com até 80 kg. Para indivíduos com índice de massa corporal (IMC) entre
35 e 40, o sucesso é de 90%. Para IMCs maiores, a taxa cai para 70%.
É importante tomar cuidado especial com
os carboidratos (pães, massas e doces), que são facilmente absorvidos e
digeridos, mesmo pelos operados. Gorduras e proteínas também devem ser
evitadas.
As complicações mais graves dessa cirurgia
são os sangramentos (2% dos casos), infecções, vazamentos de costuras,
embolia pulmonar e hérnias. Também pode haver obstrução intestinal,
mesmo depois de muito tempo da operação.
Durante pelo menos 18 meses, é possível ficar com sobras de pele. Esse é o prazo para perder peso e fazer uma cirurgia plástica.
Para realizar a bariátrica,
certifique-se de que seu médico é um cirurgião com formação específica e
verifique se a equipe dele inclui endocrinologista, nutrólogo ou
nutricionista e psiquiatra ou psicólogo.
No hospital, são necessários um
anestesista, um fisioterapeuta e uma equipe de enfermagem. O hospital
também precisa ter uma unidade de terapia intensiva (UTI) para eventuais
emergências.
Outros cuidados
- Precisa haver a compreensão do paciente e dos familiares sobre os riscos da cirurgia e também mudança de hábitos
- O acompanhamento pós-operatório deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, a longo prazo
- A cirurgia não é milagrosa: a obesidade é uma doença crônica e deve ser controlada a vida inteira
Possíveis consequências da cirurgia
- Fraqueza
- Anemia
- Queda de cabelo
- Dificuldade para ingerir grandes quantidades de líquido e comida
- Excesso de pele, que pode ser corrigido com cirurgia plástica
- Fraqueza
- Anemia
- Queda de cabelo
- Dificuldade para ingerir grandes quantidades de líquido e comida
- Excesso de pele, que pode ser corrigido com cirurgia plástica
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