Gordo , magro, gordo, magro, gordo, magro.
Mas temos percebido que uma parte deles, como não pode mais comer de maneira compulsiva, pelo fato de o tamanho de seu estômago não permitir, acaba adotando outras compulsões. Há também uma minoria que, passados cerca de três anos, não faz atividade física, abandona as orientações quanto à nutrição, volta a comer normalmente, acaba exagerando em alimentos calóricos e engorda de novo. Parte delas chega a tornar-se obesa mórbida. Essa situação, naturalmente, as deixa frustradas, não só pelo fato de se sentirem fracassadas, como também por se verem expostas às doenças associadas à obesidade, entre elas hipertensão e diabetes.
Embora pudessem ser reoperadas, não o são, porque o risco de morte por complicações - pelo fato de se interferir em uma região do organismo onde existem cicatrizes e aderências de tecidos - em uma nova cirurgia invasiva é cerca de três vezes maior do que o dos indivíduos comuns.
O maior problema que pode ocorrer em tais reoperações é a formação de uma fístula (furinho) na passagem do estômago para o intestino, possibilitando a entrada de alimentos na cavidade abdominal, o que frequentemente resulta em infecção generalizada, muitas vezes fatal.
Isso, felizmente, já é passado. Pesquisadores franceses e americanos criaram, há cerca de dois anos, e está disponível no Brasil - São Paulo, Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro - um aparelho que permite operar essas pessoas praticamente sem risco. A equipe que coordeno, por exemplo, uma das primeiras a utilizá-lo no Brasil, já operou 22. Trata-se de um equipamento descartável, em forma de tubo, que é introduzido pela boca do paciente em direção a seu estômago. Manipulado a distância pelo médico, com base em imagens captadas por um monitor de televisão que integra o novo aparelho, "suga" porções do estômago aumentado e as "grampeia" - "grampo" de polipropileno -, para diminuir o espaço interno do órgão novamente.
O aparelho permite diminuir também, se necessário, a região de passagem do estômago para o intestino. Desse modo, os alimentos passam lentamente por ela, dando a sensação de que o estômago está cheio, aumentando a saciedade e, desse modo, levando a uma diminuição na ingestão de alimentos.
A cirurgia, chamada revisional, dura 30 a 45 minutos. Só para se ter uma ideia das vantagens do procedimento, se fosse feita um cirurgia de diminuição de estômago pelo método tradicional, demoraria pelo menos 4 horas. É realizada em hospital sob anestesia geral leve, o que permite uma rápida recuperação e a volta para casa no mesmo dia. Infelizmente, ainda não está disponível no setor público de saúde. Mas alguns convênios já vêm autorizando o procedimento. Boa alternativa para quem se interessar é consultar o próprio cirurgião que o operou na redução de estômago anterior.
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